O poeta, o velho, a cidade, os pássaros e os sonhos
Os passarinhos do meu bairro não dizem muito da natureza.
Desaparecem entre as casas no céu sisudo,
Disputam às asas migalhas de pão,
são livres,
mas preferem esse cinza.
O velho, comovido, passa o tempo chovendo migalhas
tocado pelas mãos do Deus Onipotente do Universo.
pensando que por si semeia bondade.
E esta luz que não se apaga:
Janela vai dormir!
Deixa de olhar o velho,
e os pássaros que catam pão e migalhas no pensamento do poema.
Parece que somente estes se movem.
Olha os postes sonhando!
A madrugada tecendo!
O colorido! Que colorido? Ah, não tem colorido.
Mas deixa, amanhã é outro dia.
Outro poema,
Outro poeta.
E a vida caminha pelos sonhos da humanidade.