O poeta, o velho, a cidade, os pássaros e os sonhos

Os passarinhos do meu bairro não dizem muito da natureza.

Desaparecem entre as casas no céu sisudo,

Disputam às asas migalhas de pão,

são livres,

mas preferem esse cinza.

O velho, comovido, passa o tempo chovendo migalhas

tocado pelas mãos do Deus Onipotente do Universo.

pensando que por si semeia bondade.

E esta luz que não se apaga:

Janela vai dormir!

Deixa de olhar o velho,

e os pássaros que catam pão e migalhas no pensamento do poema.

Parece que somente estes se movem.

Olha os postes sonhando!

A madrugada tecendo!

O colorido! Que colorido? Ah, não tem colorido.

Mas deixa, amanhã é outro dia.

Outro poema,

Outro poeta.

E a vida caminha pelos sonhos da humanidade.

Sérgio Caldeira
Enviado por Sérgio Caldeira em 11/01/2011
Reeditado em 29/01/2021
Código do texto: T2722718
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