ANTES QUE ME QUEIRA A MORTE

Como ecos em fuga de uma fotografia

Onde reside teu rosto esmaecido,

Rompem abismos do passado,

O clamor daquele amor impossível.

No umbral da minha janela,

Há pássaros mudos

Ocultos da chuva fria,

Imagem triste como a da sua despedida

Na tarde cinza de um setembro antigo.

Na escrivaninha, repousa a caneta inútil,

Os versos já não brotam

Da fonte da saudade

- O coração tornou-se em deserto

Pela seca ácida da tua ausência.

Mas, antes que me queira a morte,

Amante voraz dos poetas infelizes,

Nas noites longas de inverno insones,

A vida requer ânimos em sonhos,

Que afagam a alma,

No refulgir das auroras insistentes.

Antonio P Pacheco
Enviado por Antonio P Pacheco em 13/01/2011
Código do texto: T2726860
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