MORRER DE AMAR

Não há ato rídiculo e humilhante tamanho à vida,

Que humilhe o homem de tal sorte, a não ser...

A humilhação que lhe impõe à vida à morte.

Pedir-lhe pão é fome,

Pedir-lhe água é sede;

Pedir-lhe perdão é gesto nobre.

Pedir-lhe compreensão é dar luz,

Pedir-lhe que volte,

É humilhar-se à morte.

Pedir-lhe para não morrer

Quando já lhe se é consumada à morte,

É humilhar-se tanto e tanto à vida...

Portanto, se se foi, se quiser, volte!

Se matou é morte,

Se se morre, se vive, amiga!...

Não para subjugar-me à vida,

Entregando-me à morte.

Quem mata, um dia, também verá a sorte.

E, certamente, sentirá a mesma dor

Dor de quem um dia apunhalou um coração

Cheio de amor...

Com a ira pungente da morte.

evangelista da silva
Enviado por evangelista da silva em 11/02/2011
Código do texto: T2786424