Pele, unha e garganta
E fez-se o prazer
Que pesa como carne
Como carne, devoro
Sem ansiar pela saciedade
É bruto, é forte
O sangue ferver, violento
Esquentando a pele
A voz trêmula, gemendo
Sou feita de toque
De palor e calafrios
Uma vontade desumana
De pele, unha e garganta
Mas é fardo, é desagrado
Quando a pele não esfria
E o fogo nas veias, correndo
Queimam o que resta e que temo
A queimadura cronifica
Mesmo o sangue fervendo a carne
Que se dissolve n’outras carnes
O desejo não cicatriza.