QUANDO DEIXO

o doce estado da sonolência

e torno ao mundo

vivo amanheceres duros

desajeitadas tragédias

Sinto-me acorrentada no cruel

silêncio

das soterradas pedras

que a infinita noite desenterra

Ao teu reverso vejo países estéreis

Cães que uivam, vaticínios da morte

Mãos que derrubam caminhos

e lançam-me a rolar

A violência ofusca-me

coma se fosse uma fresta

afogada na lama

Semelho uma velha de luto

resmungando rogos

Cruz Martinez (da Galiza)
Enviado por Cruz Martinez (da Galiza) em 06/06/2011
Reeditado em 19/06/2011
Código do texto: T3018639
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