ONDE MORREM OS BARCOS

Abandonados na maré do tempo

Agonizando, cansados

À sombra da vida!

Decepados de mastros e velas

Num lento e perene adormecer.

Já não se ouve o gorgolejar da água

Vazada pelos remos rápidos

Na ânsia de chegar a terra firme.

Já não se sente o estrebuchar do peixe

Preso na rede de malha fina

Que o pescador teceu à noitinha

Com fios de esperança.

Até as águas se foram

Cansadas de os tentar arrastar.

Restam-se ali! Impassíveis!

No abandono do tempo…

Alagados de lodo

Na pequena baía

Ali!

Onde os Barcos morrem

E Nascem as Gaivotas.

Poesia/Foto - josalvespt

http://olhares.aeiou.pt/onde_morrem_os_barcos_1_foto4381463.html

Josalvespt
Enviado por Josalvespt em 19/09/2011
Reeditado em 19/09/2011
Código do texto: T3227987
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