ONDE MORREM OS BARCOS
Abandonados na maré do tempo
Agonizando, cansados
À sombra da vida!
Decepados de mastros e velas
Num lento e perene adormecer.
Já não se ouve o gorgolejar da água
Vazada pelos remos rápidos
Na ânsia de chegar a terra firme.
Já não se sente o estrebuchar do peixe
Preso na rede de malha fina
Que o pescador teceu à noitinha
Com fios de esperança.
Até as águas se foram
Cansadas de os tentar arrastar.
Restam-se ali! Impassíveis!
No abandono do tempo…
Alagados de lodo
Na pequena baía
Ali!
Onde os Barcos morrem
E Nascem as Gaivotas.
Poesia/Foto - josalvespt
http://olhares.aeiou.pt/onde_morrem_os_barcos_1_foto4381463.html