Que ventem margaridas
como nuvens ligeiras
leves, soltas, paridas,
livres no azul do céu...
Que ventem margaridas
feito pingos de chuva caídos
em tempos secos de aromas,
respondendo orações suplicadas...
Que ventem margaridas
percorrendo longos caminhos,
depois se aquietem, hibernem
como coisas esquecidas em fundo de gavetas...
Mas ao sonhar sonhos
abrindo a porta de saída para dentro,
reverenciem o áspero e o suave,
o fogo e a água,
a luz e a sombra,
o sólido e o sutil,
o que vê e o que não viu...
Seja o intrínseco movimento
da vida e do viver...
Aprenda a ser o vento 
que ventou margaridas
como nuvens ligeiras,
leves, soltas paridas,
livres no azul do céu...
Seja o vento, absortamente cônscio,
que carrega todos os sonhos...



Que ventem eternas margaridas....