A Canção e a Liberdade

Ouvi a canção e fui seguindo a tempestade

Eu estava ali, no intervalo da vida, e não percebi

Queria conquistar o mundo todo com a minha verdade

Mas, triste, reconheço: Nem a mim mesmo conheci!

Fui desvendando segredos do meu oculto

Culto ao desconhecido reflexo de felicidade

Mas, aos poucos, fui notando: tornei-me um vulto

No obscuro caminho da busca pela verdade

Uma sentinela dos portões do novo tempo

De olhos astutos, sensíveis ao menor ruído de desesperança

Vendou-me os lábios, curou meus olhos

E assim, em silêncio, vou desfrutando da visão de meus dias de paz

Não há muito mais além dessas portas

Um caminho de doces árvores, de um céu azul aveludado

Quem sabe o que nos aguarda depois do toque da última nota?

Quem sabe quantas lágrimas ou sangue custaram para estarmos aqui?

Sussurraram pelas montanhas, cantarolaram pelos bosques

Um novo dia! Um novo sol!

À custa do medo, sopramos ventos tempestuosos

Machucamos a face dessa noiva morrente e solitária

Ela ainda agoniza, tenta nos avisar, tenta nos deixar vivos

Um pouco tarde, todos nós sabemos... Tarde demais

Ainda temos tempo para uma boa ação?

Ainda nos resta tempo para sermos pessoas melhores?

Tomverter
Enviado por Tomverter em 18/03/2012
Código do texto: T3560990
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