contemplação

na madrugada

me veio o espanto

recorri-me à água

ao ver tanto pranto

a parede de volúpia fina

de gentil o humor alegra

é madeira que de bruta briga

fez vencedora uma forte donzela

olha que negra e escura

tão quão é seu olhar

refinai o cristal doce

para o amargo assimilar

estas máscaras tão autênticas

quem diria encontrar?

não se sabe mais o espelho

a qual face espelhar

pálidos são os negros

negros olhos do amor

se comparam ao infinito

e a ausência de cor

retrátil é esculpir talentos

copiar o que se cria;

é essa a indigente

que de ti roubava as fantasias

zele o medo! sobreviva!

nunca perca a coragem

pois covarde é aquele que teme

com a morte seguir viagem

belas praias me recordam

mas me esqueço da tua face

sua voz em mim foi gravada

mas seu rosto porém foi miragem

já me custa o suor frio

fazer o que de fato é obrigatório

é ciente o sofrer do coração

é rotina, é algo aleatório

vão se eterna a disposição

choram-me os puços falsos

que parecem pedir socorro

por tanto escrever tais fatos

agora posso começar

a dar adeus à despedida

posso partir agora de noite

e amanhã te trazer bom dia

ingrid paes
Enviado por ingrid paes em 04/05/2012
Código do texto: T3648441
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