Perfídia de Itororó

Essa nuvem de atraso que se apossou de ti,

trouxe a tona feridas que a muito tempo foram esquecidas.

Tua terra tão fértil mais uma vez vai ser abandonada,

pelos os que te fazem ser tão especial.

Nas ruas vejo em cada semblante,

a história de um povo,

que desde cedo aprendeu na lida

os desafios da vida,

mas que por medo do progresso

deixou o retrocesso voltar.

Agora vê com lágrimas,

a colheita perdida,

e sente na pele que

há coisas que por mais que sejam queridas,

uma hora partem, para nunca mais voltar.

Tão jovem tu fostes,

tantos talentos atraires,

e hoje como um casal de amantes em despedida,

partes os corações,

de quem tanto se sacrificou por ti.

Não mais o comércio crescendo,

Não mais o povo construindo moradia,

Não mais o povo festejando a vida,

como se a vida nunca tivesse fim.

A ti foi entregue o sangue de uma gente sofrida,

que se agarrou a tua saia como um filho se agarra a mãe,

tão ingrata essa gente...

que não ver a luta da gente,

e parte sem olhar para trás.

O que será desse povo, que em ti ainda tinha esperança?

O que será de Itororó que graças a ti conheceu o progresso?

De frágil não tens nada, doce e vil flor,

o teu nome não faz jus a tua desmedida ambição.

Não é culpa da crise e sim do teu terrível coração,

que coloca teus produtos longe da massa da população,

Explorava os trabalhadores pagando um salário do tamanho do teu peito;

tu és o que é hoje graças a esse povo, e a gratificação que ofereces é apenas ingratidão

Flor cruel !

Explorou as nossas riquezas e agora nos deixa

Oh, Itororó! O que será de ti?

Esse ano fez tantas escolhas erradas.

Vai te filha ingrata! Perfídia dos dias meus.

Paula Dias
Enviado por Paula Dias em 30/11/2012
Reeditado em 03/12/2012
Código do texto: T4013368
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