Pezinho tamba-tajá

Este viscoso Guamá torrente,

é do suor suburbano da moça d'tracajá

que vai à feira, toma nota ao Ver-o-Peso

e admira festeira a hora posta em arredar.

Este evaporado Canaã de ilhas escuras

onde os curumins se multiplicam nascendo,

de olhos pequenos e negros como grão-Acaí,

é o leito dos revolucionários da Piracema.

Esta água da Promissão jurada ao Tamoio,

fora santa diante ao incrédulo da seca,

e persiste chão de peixe e homem cabanos

retorcidos na saia rodada de vitórias-régias.

Este rio de injúria racial ao progresso

É a Belém que não se perde caluniosa,

que se fingiu de Bandeira mais um náufrago

na fragata de querer bem o cheiro moreno.

Poema publicado também na página pessoal do autor Blog VERDADE EM ATITUDE (www.VERDADEmATITUDE.com.br).

Thiago Azevedo
Enviado por Thiago Azevedo em 08/12/2012
Reeditado em 08/12/2012
Código do texto: T4025321
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