## SILÊNCIO ##

Eu preciso de silêncio.

Aguardo, ainda, o silêncio.

Anda!

Será possível que é tão difícil escutar?

Mas afinal de contas

quem sou eu a te falar,

Se tua fala já te basta

No mundo de barulho extremo.

Ah! Quem sou eu a te falar?

Se tu bem sabes das tuas respostas

e se as palavras dos outros são apenas palavras

por serem verdades que não vem de ti.

E sabes de uma coisa?

Tu precisas de silêncio.

Não para ouvir o que tenho a dizer (ah! Quem sou eu!)

Nem o que outras tantas bocas tem a falar,

mas para ouvir a ti mesmo,

pensar, refletir, avaliar.

Ah! Esse barulho infernal,

como ideias num bacanal,

numa tremenda barafunda,

para esconder verdades imundas

que nem mesmo devias acreditar.

Mas ouvindo, corres o risco de perceber

o quão tuas verdades podem ser falsas

e quantos outros tantos caminhos

poderiam te fazer melhor do que és.

Mas não ouves,

nem mesmo queres.

Tuas verdades tem o dedo em riste,

não aguentas nem mesmo palpites.

Verdades de disse-me-disse,

barulhos que escondem até mesmo a arte!

A humanidade está um desastre!

A poesia precisa de silêncio.

A dança precisa de silêncio.

O desenho precisa de silêncio.

A música precisa de silêncio.

Falo do silêncio que deixa a alma passar.

Expressões precisam penetrar.

Mas o tempo... o tempo parece urgir,

escorrendo pelas falanges da tua própria vida!

A música que ouves não toca a alma.

Não é arte, não é vida, não é nada.

Pois a arte, assim como todas as verdades

precisa de um tempo,

um tempo que só se vive no silêncio.

TACIANA VALENÇA
Enviado por TACIANA VALENÇA em 19/05/2013
Reeditado em 07/12/2018
Código do texto: T4297732
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