TANTO FAZ
Ah! E meu tanto faz que
jamais me trouxera paz.
Senão eu quem mais resolveria
a falta do sorriso, chegada da apatia?
Assento-me diante à sombra do salgueiro,
que me recita às estações do ano inteiro:
Sua indiferença
não traz tua cura,
vira loucura
que alimenta doença.
E se porventura nego o que não sabia que era,
o receituário simplório que o paciente espera
por saber que o remédio não será a embriaguez
e sim qualquer agir perante a solidez.
Se ainda me for capaz pronunciar o tanto faz,
Que a mente na penumbra desperte o que desfaz
o existir da falha e burra teimosia,
que esconde o itinerário do andar de minha alegria.