Solidão tu quem assombras

Ó temeroso e esguio frio da dor

que se abeira na nascente tarde calorosa,

o sopro do adeus jamais congelará o amor

pois não existe 'adeus', só saudade dolorosa.

As mãos atadas comprimem o agir,

passo singelo que ao socorro não corre.

Mil pélagos de lágrimas em pranto a surgir

mantém seco o nada que por ti não sofre.

Ah!

E essa incompreensão que tanto assombra

apresentando real motivo aparente,

é a triste solidão que em meu ser compra

o terreno de minha edificação impotente.

Há quem tanto afirme: o tempo cura a dor

cicatriza varrendo toda amargura,

mas tanto soletra soneto consolador

a saudade é amor, nunca loucura.

E perdura, ah! como perdura

fixa em minh'alma o vulto da esperança,

o reencontro sonhado que por ventura

fará revivermos a melhor lembrança.

Juliana Pereira
Enviado por Juliana Pereira em 21/08/2013
Código do texto: T4445632
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