Zen II

Como podes correr assim?

No meio da lama, do blecaute

nascer no céu do chão do céu

um avião embriagando sonhos,

lembranças e um gosto de canela?

Para onde vais com a tua indiferença?

Posso te fazer mais uma pergunta?

-Não. Fale de tudo mas fuja, finja, esqueça.

E tudo se desmorona, escuro, lacrimeja.

A ventania trás a chuva seca

lavando, abortando a noite da alma fosca

arrepiada no pavio de um soneto

depois dos alfenins divididos na boca.

Não é efêmera e nem em vão.

A viagem que faço ainda é vida, pão

e não obedece a teu chamado,

acredita no amor posto que é poesia

e sabe que teus olhos desfarão a pausa.

Poema publicado também na página pessoal do autor, Blog VERDADE EM ATITUDE (www.VERDADEmATITUDE.com.br).

Thiago Azevedo
Enviado por Thiago Azevedo em 02/10/2013
Reeditado em 02/10/2013
Código do texto: T4508159
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