Acaso

Se a mente alcança a fase da graça

Nasce introspectiva, se alastra

Em fatos e fotos, em vista do ato

Que ilustra o letrista, alimenta o poeta

Quando o pingo da chuva

Escorre no pasto que se amassa

Da pata da vaca que come com gosto

Quando o passo do osso da perna do idoso

Que atrasa o escasso tempo do outro

Quando o peso da libra

Da balança do signo

Aponta a ponta do ponteiro

Da desgraça da mente d’obeso

Quando a água na cama

Molha o sono inesperado

Acima da idade do homem

Que dorme em corpo de menino

Do aquário de Sampa

Mostra a vida submersa

Afasta o medo da criança

Do monstro do sonho que se arrasta

À vida do honesto consigo mesmo

Que se assusta com a sombra

Do parceiro da casa

Do abraço do bebê

Se afasta com ênfase

No acaso da infância

Da fala escassa do casto

Que traspassa o gosto

Da virada da vida

Na esquina do mundo

Que traça o destino do ser

Do riso e do choro que brota do acaso

Da angústia do peito que contrai apertado

Dos dentes expostos que traem o nefasto

Constroem o espaço difícil de ver

Marco Dorta
Enviado por Marco Dorta em 15/04/2014
Código do texto: T4769776
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