Morte fascinante

Exprimir uma rubra loucura inexprimível

Um relato em breves instantes de eternidade

Mateus assim descreve um poema encarnado

A primeira vista uma semelhança dramática

Sob o prisma da demência incompreensível

As trevas que cobrem a superfície da terra

Apagam-se as luzes do teatro do calvário

Deixando o cenário em terrível escuridão

A principio um castigo pela morte violenta

Haja luz! Início da vida, o brilho da palavra

Um grito angustiante na gélida solidão

Ouviu-se: Meu Pai, por que me abandonaste?

Refletores no rosto, atenção na expressa dor

A cruz tem conotação de aparente sofrimento

Em vez de ser expressão suprema do amor

Derruba-se o obstáculo entre pecado e perdão

De fato, não há argumento na ação teológica

A escravatura é abolida, desfaz-se velho pacto

Dá lugar à comunhão na força do sangue

O caminho é encurtado, prevalece a esperança

Não foi por vingança que a terra tremeu a rocha

A fenda hoje visível, é a reprovação da injustiça

Sentiu as dores de parto e ergueu sua revolta

Mas a morte desmente um desfecho óbvio

Ela gerou não a si mesma, mas a ressurreição

Um novo arco-íris foi estabelecido: a salvação

Chega-se ao ápice, apresenta-se o fim apoteótico

O nobre soldado apresenta o final inesperado

Contrariando todo pagão, rebaixa Júpiter e Zeus

E afirma aos ouvintes: Jesus é filho de Deus.

(Inspirado no livro: A fascinante morte de Jesus)

(José H Prado Flores & Ângela Chineze).

James Assaf
Enviado por James Assaf em 16/04/2014
Código do texto: T4771614
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