A CRÔNICA DA RUBOROSA
Almoçou
E foi embora
É sempre assim
Mesmo traje
Terno gravata
De cetim
Reflexo em
óculos
Que dobra mente
Em volta
Apenas do lugar servido
Deixa um perfume
Atípico
De longe lavanda
Porque é doce
O que emana
Cavaleiro dos tempos
Do perdão
Abre um sorriso
Tímido
Face ao alcance
De semblantes vívidos
Ainda acena com a mão
Até breve então
Sai num
Quero que volte
Limpo a mesa
Uma carta de reserva
Em cima dela mesma
Pra que eu possa sonhar
Quando o amanhã
Chegar
Me temperar
Do belo toque
Na porta a entrar
Suave retirando paletó
Ainda que estranho
Torna-me dizer
Estando só
Sem ao menos falar
No que posso conhecer
Da simplicidade
Do meu viver
Entre tantos viventes
Jogando suas conversas
Ao ar
Que posso pegar
Uma estrela
Que vaga sozinha
Feito borboleta
E se aninha
Como gorjeta
Em minha
Solidão de olhar.