Dois versos

Faço de sonhos os meus versos,

Opostos de mim que habitam o mesmo universo.

Se o primeiro é cinismo que beira a loucura

O segundo é feito de letras de candura.

Se um desfaz e deprecia

Segue-se o que exalta e alivia.

Antecipa-se aos olhos o que emociona,

Abrindo caminho para o que chora.

Grita alto o que interroga rebelado

Responde calmo o tolerante que me deixa silenciado.

Agiganta-se meu verso que é pedra na vidraça,

Se segura o outro que é de vidro e se estilhaça.

Cresce a ira do que me vaia e me critica

Entende-me o verso que me aplaude e me paparica.

Abre-se em cada linha o lírico de ternura explícita.

O mais grosseiro avança para fechar a lista.

Agressivo é o verso tenso que me desestrutura,

Mas o verso suave cava a sua sepultura.

O meu primeiro verso fala de amor.

O segundo... Ratifica o anterior.

(Primeira poesia publicada no meu blog: www.doisversos.com). Visite-me.

Moacir Luís Araldi
Enviado por Moacir Luís Araldi em 18/04/2014
Código do texto: T4773779
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