Néctar dos deuses

- Quando as aves falam com as pedras e as rãs com as águas -

é de Poesia que estão falando.

Manoel de Barros

Néctar dos deuses

É através da minha Poesia que me alimento

Tardo, mas sempre me encontro

Carrego esse fardo feito feno

Penugem que habita o travesseiro

Onde navegam os sonhos.

Um rio dorme em mim...

Sou afluentes e vou descobrindo tudo...

A fome conversa com a barriga do menino que chora

Enquanto a Lua míngua

E as estrelas perdem o brilho

A minha língua de rio fica de fora

Feito enforcado.

Mesmo assim, quando correnteza

Transo com a dor com tanta delicadeza

Feito o cravo acasalando com a rosa.

Posso sentir o cheiro e o choro da flor

Uma folha leve, caindo ao solo

Derrubada pelo vento

Agora, lá fora, como se fora aqui dentro.

Sinto pássaros em uma árvore

Feito anjos em movimento

Na brisa leve no breve-espaço-tempo.

Sou eu quem me abraço

Quando imagino personagens:

São todos nus

Feito nascentes de rios em miragens.

Sorrio ao me deleitar com o imaginário

E ouço violinos em silêncio.

O som pousa brando em meu peito...

Como se a Lua me carregasse em seu leito.

É através da Poesia que me alimento

Fragmentos dos pensamentos

Com a fartura e o néctar dos deuses.

Tony Bahi@.

Tony Bahia
Enviado por Tony Bahia em 25/07/2014
Reeditado em 26/07/2014
Código do texto: T4896344
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.