poema para minha morte

ah, sim, tu vieste

que bom que não tardaste

deixa-me tocar tuas vestes

deixa as minhas eu dar-te

veste-me com teu manto agora

abraça-me por toda a vida

este mundo por dentro e por fora

me causa doentes feridas

esta consciência que tenho

de que faço tanta coisa bizarra

faz com que a dor doa no peito

e a gente fica vivo na marra

então, vem, escuridão

cega meus olhos de vez

a minha vida é turbilhão

que venta forte pra morrer

vem, escuridão

leva minha face ao pó

leva-me em face ao destino

que a nós todos é um só