Matilha
Ao pai da solidão eu dedico esses versos
A você que na escuridão das noites e solidão dos dias me conduz em Seus braços fraternos
Ao deus negro com sua mascara revestida de dor e medo
Rezemos...
"E nas madrugadas abandonadas cheias de um sentimento fugaz
Nas madrugadas torpes e entorpecidas de um brilho malévolo
Nas noites chuvosas embaladas pelo rugido dos trovões
No veneno nocivo de meus pensamentos e palavras
É lá, no fundo, que eu te vejo..."
Pai da angustia, do horror
Nas sombras negras nas paredes de um local qualquer
Eu te procuro,
E a cada segundo eu te vejo mais próximo, me embalando
Me acariciando,
Aos nobres senhores do frio dedicas seu legado
Aqueles que mesmo deixados de lado seguem seu cantar
Aqueles nascidos do inverno espectral de seu nome
Abandonados nesse mundo caótico que tentamos chamar de lar
Seu enredo musical entoado em antigas eras ainda ressoa em meus ouvidos
No buraco que chamam de coração eu sinto seu toque
E no abissal mundo em que vivo prisioneiro,
Tu, apenas tu consegues me ver...
Neste quarto escuro onde o sol não toca eu espero por ti