FRÍVOLO


A esta altura
Creio ela deva
ainda estar me amando
Deixei o frasco
Virar em cima
Da cama
Por vezes senti
Que inflama
Mas não se entrega
Vi seu corpo me dizer
aroma da
Mesma mulher de Eva
Que o calice
Derramado
Era de um homem
Exilado na relva
perfume exalado
etílicos delírios
De quem sonha
Poder fazer de alguém
Seu sonho
E se abstém do
Que envolve
Era já tarde
Quando resolve
Descer
Na janela do quarto
um amanhecer
sussurros d’outro ato
que não esse seu
vício
aquela altura
podia então ver
“as ranhuras do abismo!”