quando chegou a época das flores terminou o silêncio
e paradoxalmente
cessaram também as palavras belas

o sol de tanto brilhar cansou-se
e tornou-se da cor das tristezas
e a própria brisa primaveril deu lugar a um desalento enraivecido arrasando arrastando e alagando tudo em volta

não há beleza possível no grotesco da fúria
não há poema nem há música
capazes de disfarçar de amena felicidade
o pitoresco carnaval do profeta decapitado