A musiquinha

Nem vem seu janota metido a bacana,

Tentando escarafunchar a escrita minha;

Estripar a boneca como disse o Quintana,

Só para saber de onde vem a musiquinha...

Nem gaste o tempo com sílabas fonemas,

Se A rima com C, B com D, ou, o escambau;

Se o estruturalismo é seu melhor esquema,

Eu sopro essa joça de palha, sou o lobo mau...

Se preciso até mando a rima que vá à merda,

Contanto que a alma siga ritmado seu pulso;

Se o exército se faz identificar por uma farda,

Basta essa casca para abraçar o que é falso...

Voltando, desculpem, ao jeito que me apraz,

Acho a carreira entre letras um nobre ofício;

Mas o sangue é azul quando uma alma traz,

Do contrário o brasão é do plebeu artifício...

Gosto de flores com alguma seiva no talo,

Digo, que labore com alvo a pena do aedo;

Mesmo avesso como a musiquinha do galo,

Que ao menos serviu à conversão de Pedro...