Inquietude

Tudo está pronto no ciclo da vida
Da orquídea que nasce e morre no mesmo dia
Sem deixar que notemos seu pólen no ar
A germinar no cio da terra a flor prometida

Quisera ser como a terra e produzir a
Beleza de um instante que nunca se esquece
Mas, quanta bruma há dentro de mim
Estas que só se vão quando o sol aparece

Somos estranhos a nos mesmos
Quando desejamos o que não é nosso
Quando a água suja se limpa do ardor
Despreza nas profundezas aquilo que a limpou

Nada domestica minha impaciência
Se conscientemente eu a alimento 
Fazendo da insensatez que há em mim
Algo parecido com a inocência

Ah se fossemos o outono...
Que revela o fruto de cada espécie
Entenderíamos o ciclo da vida
E a arvore que sem fruto permanece.

Às vezes me procuro e não me encontro
Penso ser uma sombra projetada nesta vida
Só tenho palavras e já são poucas
Procurando corações que lhe dê guarida.