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Terra Prometida


Eu te prometo um pedaço de terra
Para chamares de teu,
Tomado à força bruta de uma guerra.
 
Eu te prometo a paz hipócrita que esperas
Exposta nas raízes sangrentas
Das arrancadas oliveiras.

Eu te prometo a terra derradeira,
Esta, na qual descansarás,
E que pesará, a cada dia do futuro,
Sobre os ombros das tuas crianças.

Eu te prometo a mais justa das vinganças,
Aquela, que não tem tréguas,
E não descansa nem nos dias santos,
Nos quais balbucias graças
E quebrantos.

Eu te prometo uma justica mais que justa,
Que crescerá bem forte, a cada dia,
No pus que brota de cada pústula
Libada pelas lagrimas inimigas,
Justiça adubada pelos dejetos das injúrias.

E os teus filhos hão de correr por estes campos nus de vida,
Repletos de ossos e ruínas,
Os olivais da Palestina,
Onde nada há de crescer,
A não ser...
 
A árvore que produz o fruto amargo
E venenoso,
De norte a sul
Ao sol insosso,
Abençoada pelo Deus que te auxilia,
Ao qual adoras,
O Belzebu.



Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 08/09/2014
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