Antro de Insolação

Dos primórdios entre um explodir e outro

as mucosas vêm fazendo sua parte

no agasalhar e distribuir fumaças.

Faz das rosas leitosas violeta escura

liberta dentro da escuridão fria,

vem do sol enquanto vida na floresta

vai como se não morresse

a fonte de esplendor a suprir o cosmos.

A resposta é incessante arbitrária

conservadora de movimentos ilusórios,

por isso miremo-nos nos voadores

que vêm à terra para polinizar

mas sobretudo por prazer primitivo

amar é abrir espaços protegido.

Amar é desapegar e é seu apego

sofrer é aceitar sem sua dureza

persistir é agradar embora sua fraqueza

encarnar é ser por sua grandeza

apaixonar é libertar o ego casto

sentir é preservar a arte de amar.

Interiorizou-se toda noção familiar

aconchegando o doce pó da pira

fruto do amadurecimento eterno dos caracteres

transcendentais irradiando algo mais

santo a arder nas paredes de solidão,

sem chão esperando descer do céu

quem sabe um pouco de alento,

se o mal não voltou desse tempo

o sabor há de vencer no final.

Queimados, 2014

PEPPER
Enviado por PEPPER em 10/09/2014
Reeditado em 12/09/2014
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