A ponte

Sonhei num dia invernoso

Que tinha teus olhos

Frio a frio, ossos dos teus ossos,

Sonhei que te erguia do fosso

Era o que queria,

Derrubar os muros.

Era o que intuía,

Gritar aos surdos

Via você na penumbra,

Sofrendo debaixo do verniz ,

Via um falso Hades que quis

Evitar a lágrima, deixar sobra.

O que esse Heitor não sabia

É que Aquiles residia no olhar,

Disse que te amava, estive lá

Ouvindo tua garganta fria.

O gole de cerveja não cessa,

Era só uma fuga confessa

Das cicatrizes que te envelhecem

De cada suicídio "nonsense".

Levante as pálpebras rígidas,

Estamos bem vivos,

O inferno são outros,

Amemo-nos nessa vida

Itinga
Enviado por Itinga em 23/10/2014
Reeditado em 27/11/2014
Código do texto: T5008890
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