INDRISO(*): ARRISCANDO FORMAS DE RE POETIZAR A VIDA

E por causa do caos se faz a necessidade de poetizar a vida, e eu serva da vontade desse "letricular" ideias e ideais ouso sonhar me tornar escrevinhadora:

Hoje ousei sorrisos,

a sorte fez-me retornos certos:

hoje falo no calar.

Hoje cansei misos,

a morte fez -me emudecer:

hoje ouço no silenciar.

Hoje embasei indivisos,

o corte fez-me incandescer:

hoje rogo no orar.

Hoje frisei avisos,

o suporte fez-me florescer:

hoje toco no amar.

Hoje apossei desavisos,

o porte fez-me crescer:

hoje vejo no sonhar.

Hoje abusei improvisos,

o recorte fez-me amanhecer:

hoje vivo no sorrir.

Hoje arrisquei indrisos,

o norte fez-me arrefecer:

hoje pulso no poetizar.

oooooooOoooooooOoooooooOooooooo

CHOVE CHUVA

hora por ver história chora memória

chora por ser memória história

hora chora

chora hora

porque heróis morrem

morrem sonhos também

feito sonho deixo de viver

porque sonhos vivem

vivem heróis também

feito vida deixo de sonhar

porque morrem sonhos permaneço atenta

o herói sonha poder viver em sonho sobreviventes

oooooooOoooooooOoooooooOooooooo

porque heróis morrem

morrem sonhos também

feito sonho deixo de viver

porque sonhos vivem

vivem heróis também

feito vida deixo de sonhar

porque morrem sonhos permaneço atenta

o herói sonha poder viver em sonho sobreviventes

oooooooOoooooooOoooooooOooooooo

(*) - Indriso: pequeno poema, pouco conhecido, criado por Isidro Iturat, em Madri, 2001, derivado do soneto, onde existem dois tercetos e dois versos finais.