Raio na escuridão

O destino espera uma oportunidade

Dá algumas ou muitas

Faz enxergar a elas, a ele ou não

Circunda a vida como um elétron ao núcleo

E como um raio, corta a negra escuridão

Destinado a ser quase sempre fortuito

Permanece oculto até que tal fantasma

Nem se reconheça ao primeiro minuto

Liso, esperto, astuto

Escorra pelas mãos

Oferece as chances

Abre um leque de escolhas

E não destampa a rolha antes do final

Prende nas entranhas, porém sinaliza

E nem sempre avisa o seu bem ou seu mal

Desacreditado ele não guarda mágoa

Quando obstinado

Escolhe a quem se dar

Tal despojamento que lhe é tão próprio

O faz contraditório, indócil e impessoal

O que resta é ver-lhe

Creia ou não que exista

Porque a lista é extensa dessas criaturas

Não achar que está ali tão de repente

O que as vezes sempre esteve à sua altura