Dança da Morte

Era a morte que bailava sob a noite

como a donzela ceifadora inefável,

trazia a foice e as lembranças de um olhar

em seu cavalo de fogo eterno a cavalgar.

Dançou no baile da infinidade sua canção

e nos acordes levou o velho por sua mão,

e no compasso levou o jovem e o coração,

levou o pai, levou a mãe, levou o irmão.

Dança da morte, essa consorte libertação

e o corpo denso desfez-se pútrido no chão

e, a lágrima brotou em sal, regou a flor

que germinou em um amplo jardim sem cor.

Dança da morte, baile funesto, olhar sem brilho;

e o homem que padeceu engendrou saudade

e, a morte partiu sorrindo, no limbo a idade

do beijo seco, do ósculo amargo da eternidade.

Jonas R Sanches
Enviado por Jonas R Sanches em 26/11/2014
Código do texto: T5049056
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