O mendigo

Parado em frente ao bar

sua roupa surrada

tanto quanto sua própria vida.

O cheiro do pingado quente

invade o seu ser.

A fome de três dias.

A dor sufoca o peito,

o viver sem ter porque.

A vida perdida

e nunca reencontrada.

A família e os amores

do outro lado da rua,

ou do país.

O ônibus que já partiu

e ele na plataforma ficou.

Agora parado ali na esquina

na porta do bar

sentindo o cheiro da fome

e a dor da vida.

Ele fica o olhando o tempo

e sua vida passar.

Paulo Sutto
Enviado por Paulo Sutto em 01/03/2015
Reeditado em 01/03/2015
Código do texto: T5154598
Classificação de conteúdo: seguro