Aos filhos do tempo
Sobras de vida ao vento
Vão e vem nas estações
Sede tem o tempo e seus filhos
No passado e futuras gerações
Comem suas palavras
Bebem seus desejos sujos
Enlouquecidos homens de guerra
Vidas e vidas e almas escravas
Suas sementes não florescem
Adoecem, promessas em vão
feitos espinhos nas estradas
E só com choro pedem perdão
Mas aos filhos do tempo
Que comem sobras e tem sede
Entram pela porta direita
Entoando uma melodia perfeita