Um Verso Esquecido
 
Um verso sem nenhum nome,
Disforme, sem disciplina,
Esquisito, estranho, esquálido,
Muito faminto, tão pálido,
A vagar pelas esquinas!
 
Um verso sem sobrenome,
Sem ter porto nem guarida,
E sem ter nem eira nem beira,
De rastos, só, pela vida.
 
Um verso lasso, ambulante,

Já tão maltrapilho, errante,
Ridículo, sem preâmbulo,
Apelidado versículo.
 
Um verso  triste e esquecido,
Já quase louco da ideia;
Num dia de muita sorte,
Associou-se a uma estrofe,
Encontrou, enfim, seu norte,
E fez vibrar a plateia.
 
 
Nota: Este poema também está disponível em áudio, quem desejar ouvir, basta clicar no link abaixo:

http://www.recantodasletras.com.br/audios/poesias/65258

 


*Com algumas alterações



 
Ariadne Cavalcante
Enviado por Ariadne Cavalcante em 28/03/2015
Reeditado em 08/04/2015
Código do texto: T5186644
Classificação de conteúdo: seguro
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