TRANSANDO COM VÉNUS
Estou vomitando breu;
Comi a noite.
Alguma estrela travou-me
O fôlego.
Entalei o corpo.
Era um abismo iluminado;
Um inferno gigantesco.
Duas frutas sugadas no escuro,
Mornas, enrustidas e tímidas.
Frondosa árvore;
Do gozo e do prazer,
Da vida e da morte.
No seu tronco dormi,
Acordei em outro inferno.
Sonhei o sonho infinito
De não querer acordar.
Acordei, levantei, voei, pousei,
Fiquei bêbado no corpo da lua.
Não era frio; era quente.
Conheci o mundo nos peitos de Vénus.