AO LÉU

Estava linda na festa…
Tinha aparado as arestas,
Caprichado na imagem,
No vestido, cabelo, na maquiagem...
Tudo o que queria era “causar”...
Aparecer, ser notada, encantar,
Fazer um homem especial,
Por ela, se apaixonar...
Mas não deu... Não teve sorte...
Saiu de lá arrasada, desejando a morte,
E voltou pra casa desolada.
Dia seguinte, saiu toda desleixada...
Jeans, camiseta, cara lavada,
Cabeleira despenteada...
E não é que encontrou um conhecido
Que há muito tinha desaparecido?!
Papo vai, papo vem, ele a chamou pra sair...
Claro que ela disse sim, pois não pode resistir
Ao seu charme, ao seu encanto
E concluiu, para seu próprio espanto,
Que as coisas realmente acontecem, assim, ao léu,
De modo improvisado, sem nada ensaiado,
Pois já estão escritas no céu.


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