Nos confins do tempo...

Ando só

em busca do tempo

que uma simples hora

me recorda

Ando ao longo deste

caminho, caminhando

percorrendo-me enfim

até aos confins do tempo

onde por fim me encontro

Perto de tudo

no fim de nada, sem escaramuças

ou palavras hostis

apenas envolvendo

tuas imaginárias noites

onde disputo louco

tomando de assalto

teu simples e breve açoite

Assim carrego nos braços

todos os ritmos que sacodem

meu mundo

abreviando cada sintonia

amena onde escrevemos

palavras no solfejo do amor

acelerando o coração

rumo a todos os encontros

deixados ali no epícentro

dos mesmos desenlaces que

gemem em cada verso

consumido-nos até à saturação

E assim

aos poucos

a cada milimétrico segundo

me deixo protagonizar

nos teus encantos

A cada imperecível momento poético

me transfiguro

nos teus abraços frenéticos

e feliz me regenero em

cada beijo onde solidificamos

eternamente cada acto heróico

sustentávelmnte renovado

indefinida e solenemente tão estóico

Em cada

etapa de vida, vivida num tempo auspicioso

viveremos mais efémeros

engrandecendo nossas emoções

administrando mil doses de amor

pela via feliz e mais parentérica

Esqueceremos todos os egoísmos

diluindo nosso olhares neste léxico

de pequenos gestos

onde pernoitam as palavras

domesticadas pelo meigo

sorriso da manhã estática

resumindo-nos os desejos

persuadindo-nos até reencontrar

a noite

dormindo em nós

em acurados e felizes gracejos

FC

Frederico de Castro
Enviado por Frederico de Castro em 09/10/2015
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