QUERO SER CREMADO

QUERO SER CREMADO

(Carlos Celso Uchoa Cavalcante=24/nov./2015)

Eu quero, após a morte, ser cremado,

quero meu pó em um invólucro lacrado;

não me sepultem, não me façam putrefato.

Já sou, de fato, quase a lama que renego,

mas, não me integro a nenhum dos lamaçais,

não quero fétido os meus restos mortais.

Não terei ais para gritar, se sepultarem,

e não cremarem o meu corpo já sem vida

ignorando o meu pedido em despedida.

Portanto, eu insisto, vim do pó,

e para o pó, sem podridão, quero voltar,

ter o meu pó em um invólucro a repousar.

Sim, repousar nesse sentido figurado,

já não existo e se meu corpo foi cremado

o meu espírito a Deus foi devolvido.

Se esquecido, eu não sei se ficarei,

só que razões, para lembrar de mim, deixei,

reminiscência dos tantos anos vividos.

(3o. pág. 139)

(Aos meus familiares, enquanto vivo)