MEU GRITO!!

A chuva tenebrosa deságua,

como um pranto doloroso que cai,

que sufoca sem dó,

o grito preso na garganta

aturdindo minha mente ainda mais

A face sem cor tomada pela apatia,

tenta em vão se animar

Vendo as gotas que pingam nas plantas,

fazendo as rosas caladas, desmaiar

Os trovões enfurecidos,

encobrem o barulho da chuva,

que comunga comigo controlando seu pranto

Batendo na minha janela, lagrimejando meus olhos,

apagando a vela esquecida num canto

A noite segue seu curso,

e as horas lentamente se avançam

A água soberba escorre entre meus dedos

rolando na terra chegando aos rios

que a recebe e nunca se cansam

Espero acalmar a fúria de outras águas,

que emergem do meu coração

Colocando pra fora a dor do meu peito

deixando que a luz do luar

ilumine o meu leito!