Lírios brancos
Lírios brancos
Ali o precipício se escancarava
Agora era cair ou simplesmente voar
Tentáculos emergiam como milhões de braços
Nenhum amigo sequer passando em aeroplanos
Ou buscava-se o Pégaso interior
Ou deixava-se cair no fundo fosso
A morte ria-se zombeteira da dor
Brotava-se uma força num desejo sobre humano
Cruel batalha da coragem contra o desespero
Um que leva ao abismo, outra que uma luz acena
Sobrevoavam abutres, acercavam-se hienas
Lanças cruzavam-se buscando valer a pena
Impelir sem piedade sem nenhum esmero
Pro fundo do poço, mesmo pouco a pouco
E acabar de vez com esta última cena
Mas num salto abriu as asas feito um anjo,
E voou sobre o abismo e sobre os pântanos
Habitou campinas, deitou-se envolto em lírios brancos
E depois subiu aos céus como se fora um santo.
Autor
Carlos Marcos Faustino
04/04/2015-sexta-feira- 16h21
( veja esta poesia também em vídeo no youtube)