Por onde passo não há mais pedras.
 
Andei a tropeçar em vultos de plumas
de um pássaro que voa negro por alvas manhãs
escarrando pragas pelas flores que estão à sombra
quando o sol lhes queima a pele
ou quando se deitam ao frescor de si mesmas,
e não há porquês a serem desnudados
pelo pássaro que cai ao chocar-se contra as máscaras de seus escárnios,
nem pelo sol que se doa em aromas indecifráveis.
Delicio-me em sombras;
a minha nudez instigaria as garras de uma ave predadora.
 
Ana Liss
Enviado por Ana Liss em 23/04/2016
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