Há momentos...

Momentos há

que eu saio por aí

rio, canto e danço

sem pedir aplausos no fim do

meu acto

Há momentos incomparáveis

vividos com muita intensidade

expelindo na caligrafia do silêncio

todo o dicionário de palavras invulnaráveis

acontecendo neste armistício de amor

negociado de forma tão memorável

Momentos há

trajados de

inexplicáveis mistérios

adormecidos no dorso do tempo

com destino traçado em todo meu

visionário de verbos tão mercenário

Há momentos

que assim até me agiganto no meus

sonhos

qual proletário desta vida plena

onde flutuo na delicadeza absoluta

de um beijo ancorado ao teu

gesto de amor tão risonho

Há momentos

pintados em quadradinhos

fragmentos embebidos num verso

deportado

deixado diluir no vestibular sagrado

onde desaguam todos os nossos caminhos

Há momentos flagrantes

onde com engenho te adormeço

lá no meu ninho

sobrevoando por entre os folhos

do teu ser

todo o imenso céu onde ladrilho

este manifesto de esperança

Há momentos

determinantes deixados vaguear

pela noite em relinchos de prazer

divertindo todos os quarteirões

onde povoamos a vida deixada

nos trilhos do amor rebolando

a seu bel-prazer

Há momentos eu sei

onde em ti vou completamente

me refazer

mesmo que me perca no teu adocicado

fôlego com mil sabores a condizer

irei num cessar-fogo safisfazer

cada gesto conivente

atordoando-nos com mil watts de prazer

num lamento irrefutável nos levando

à rebelião tão plenamente

FC

Frederico de Castro
Enviado por Frederico de Castro em 29/04/2016
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