Frágil papelão.

Houve épocas em que o desejo oculto do coração

Era o de esconder qualquer forma de escuridão

Tampar o buraco com frágil papelão

E esperar não ser notada no meio da multidão.

Reprimia a mais leve respiração

Não sabia de onde vinha deprimente prostração

Por fora usava uma máscara de integração

Mas não mais controlava o tamanho de sua deterioração.

O tempo passou e o sofrimento foi aliviado

O conhecimento de si e dos outros aos poucos foi presenciado

Seu amor próprio há muito esquecido foi nutrido e irradiado

Mas algo atrapalhava o proveito do equilíbrio que foi criado.

Procurava provas que tivesse negligenciado

De emoções e razões que pensara já ter desanuviado

Mas os seus pensamentos eram aparentemente bem conciliados

Não identificava o reparo essencial que talvez não tivera sido remediado.

Sua cabeça reclamava com insistência

Sua barriga em desarranjo já pedia clemência

As náuseas já anunciavam ao seu corpo com eficiência

Que os meios somáticos já tinham psico-conivência.

Tudo o que ela queria era a abrangência

De que toda solução exige o fim da malemolência.

Mas como ter tal diligência

Sem conhecer do problema a sua essência?

Angela MT Melo
Enviado por Angela MT Melo em 19/05/2016
Reeditado em 19/05/2016
Código do texto: T5640565
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