Culpado

Quando me surra a consciência,
Renasço num cão de rua sofredor,
Lambo minha pata, abrando a dor,
Esquivo-me só por conveniência.

É como se ao restaurar o cristal,
Mesmo com o perfil bem curado,
Fica no invisível da trinca, o mal,
E este existir sensível dói calado.

Quando me surra a consciência,
Meu rosto é a lua na tempestade,
Existe, mas não reflete meu riso,
Emolduro-me só na aquiescência.

 
Dado Corrêa
Enviado por Dado Corrêa em 28/06/2016
Reeditado em 11/07/2016
Código do texto: T5681624
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