O Necessário

O engraçado da morte lírica

É o machucado, tão entreaberto

Com rubro líquido não tão furtivo

Enquanto em letras, o eu incerto

E do meu caminho já não me sirvo

O suportável do mundo onírico

É o cansaço, tão intravenoso

Com seco bocejo não tão íntimo

Enquanto em letras, o eu choroso

E meu compasso já não tem ritmo

O necessário do viver ígneo

É o coração, tão exotérmico

Com livre acaso tão bonito

Enquanto em letras, o eu elétrico

E meu suspiro já tão infinito

PPFL
Enviado por PPFL em 30/08/2016
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