Madrugada

É madrugada alta

Meu espírito se inquieta

Ouço passos pela casa

Sinto frio

Memórias gritam, como fantasmas

Uma certa melancolia me invade

Vasculho os cantos do meu frágil ser

Me sinto vulnerável, como a gazela

frente à flecha do caçador...!

Me encolho

Meus olhos cansados correm em volta

Prescrutando a escuridão

Buscando descanso

Sem sono

Sem sonhos

Sem nada!

Sou vítima dos meus pensamentos

atormentados; conflitantes...

E as horas passam lentamente,

como se os ponteiros fossem os carrascos

dos meus medos

Dos meus anseios

Das minhas agonias

Tic tac, Tic tac, Tic tac...

São nesses momentos de intensa solidão

Introspecção nua,

que quase ultrapasso as barreiras

tênues da minha sanidade!

E ainda é madrugada...

Elisa Salles ( Elisa Flor)
Enviado por Elisa Salles ( Elisa Flor) em 06/12/2016
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