Bukowskiana invernal

Meus caros 23 fiéis leitores e demais 36 de quando em vez, resolvi, justo a essa hora da madrugada, publicar minha quarta poesia nesses sete anos de Recanto, feita de improviso psicodélico. Lá vai:

O céu está tão lindo em Charky City

O frio está lá fora à espreita como um urso branco faminto

e eu aqui no nirvana do ar condicionado

olhando pela espessa janela de vidro as constelações

Estou de cueca e camiseta

zombando do urso faminto

para ver a lua e as estrelas no céu

O vidro é o que garante a minha petulância:

astronauta em estação orbital com olhar de apluso para o espaço

Ser homem é domar a natureza

e arriscar a vida por motivos tolos e fúteis

movendo faculdades cerebrais e tecnlogia por momentos banais

O usufruto em vão da poesia: física à serviço do trivial

Desperdiçamos a química nos bares

a biologia vomitando porres inconsequentes

E as ciências sociais na antropologia do sexo pelo sexo

E eu desperdiço a literatura

e as ciências naturais

somente para justificar

uma olhada pro céu numa noite fria

Tudo bem

De qualquer jeito

com certeza sinto-me melhor do que aqueles

que estão tendo pesadelos a essa hora da madrugada:

o meu devaneio estelar não tem limite conhecido pelo homem!

--------

Era isso pessoal. Toda sexta, às 17h19min, estarei aqui no RL com uma nova crônica. Abraço a todos.

Antônio Bacamarte
Enviado por Antônio Bacamarte em 12/01/2017
Reeditado em 13/01/2017
Código do texto: T5879453
Classificação de conteúdo: seguro