Payada urbana

Das estepes gaudérias

donde o payador navega

atravessando as macega

árvores solitas, sérias

das doenças venéreas

que o homem difundiu

pensa o payador em tudo que viu

quando esteve mais cedo na cidade

consumo, estresse e velocidade

enterram a alma de qualquer civil.

Não quero mais aquilo

Pensa o gaúcho pacholeando

toca o ruano cavalgando

para viver no seu estilo

Ronco de bugio e grilo

mato e uma sanga gelada

pra chamar a gauderiada

não precisa muito esfoço

meio sapucai é o alvoroço

pra o acampamento da indiada.

Mas essa origem se desafia

pela existência da civilização

os rumos deste peão

nem com esforço desconfiaria

que pouco a ele não bastaria

na busca pelo conhecimento

e com o dito desenvolvimento

procurou conhecer o tal

e fantasiado de normal

embarcou suas crinas ao vento.

Na cidade grande, gente, gente,

gente que saltava do concreto

sem saber, bem por certo

a lógica dessa vertente

cuja água é o povo doente

na busca da felicidade

mas busca sem qualidade

vivendo sob a poluição

da sonora até a da visão

Essa gente não vive de verdade.

Mas na estrela do cruzeiro diz

Como manda o negrinho

que esse gaudério sozinho

já não sozinho, vai ser feliz

família, amor, sem perder a raiz

carregando a Lorena no peito

trabalha por um mundo direito

carneando desenvolvimento

com simplicidade e sentimento

de payador, alma e respeito.

Missioneiro Magnus
Enviado por Missioneiro Magnus em 11/03/2017
Código do texto: T5937862
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