SABOREAR

Faz o retrato do momento

agarra o poema pelo avesso

transcende imagens, vocábulos

tomates cebolas alfaces

saladas, tudo bem temperado.

Destrincha a polpa do signo

apreende o néctar no palatino.

Acresce ao xis do estudante

à bandeja do trabalhador

diários sabores de poemia

sentidos que alumbram

cada sílaba, o zum-zum

na garupa do ritmo.

Diz ao ouvido o verso

aprecia a sobremesa.

A poesia, na língua

formata o paladar.

MONCKS, Joaquim. A MAÇÃ NA CRUZ. Obra inédita, 2021.

https://www.recantodasletras.com.br/escrivaninha/publicacoes/preview.php?idt=5994718